Familiando

Gravidez depois dos 50: um sonho possível

MARCIA DORIGATTI

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A grande maioria das mulheres sonha em ser mãe. Nem sempre a vida as leva para um caminho que torna esse desejo realidade. Para algumas, o parceiro ideal não apareceu. Para outras, a carreira foi priorizada, e quando chegou a hora de engravidar, as dificuldades da idade prevaleceram. E, se elas engravidam aos 50-60 anos, ainda precisam, entrando na terceira idade, estar preparadas para cuidar de um bebê e entender um adolescente. É o caso da professora alemã Annegret Raunigk que, em maio deste ano, deu à luz quatro bebês, aos 65 anos.

No Brasil, as mulheres acima dos 50 anos só poderiam engravidar se fosse pelo processo natural. Porém, até 2013, a resolução do Conselho Federal de Medicina não estipulava idade máxima para as mulheres realizarem tratamentos de reprodução assistida com o objetivo de gerarem um filho.

Há dois anos, a resolução mudou e instituiu que 50 seria a idade máxima para que a mulher pudesse iniciar esse tratamento, mesmo que fosse utilizar óvulos de uma doadora, justamente considerando os perigos da gestação mais tardia. Entretanto, as clínicas de reprodução assistida começaram a solicitar autorização ao Conselho Federal de Medicina para poderem realizar os tratamentos nas mulheres acima de 50 anos.

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De qualquer forma, a quantidade de mulheres em idade madura que procura tratamento para engravidar é em geral abaixo de 5% dos casos das clínicas de reprodução. Alguns especialistas orientam as mulheres que passam dos 40 anos para não tentarem ter um filho nesta altura da vida, já que tanto a mãe quanto a criança podem desencadear alguns problemas de saúde. Para a ginecologista Eleonora Bedin Pasqualotto, diretora do Conception Centro de Reprodução Humana e professora do curso de medicina da Universidade de Caxias do Sul (UCS), as mulheres acima dos 50 anos querem engravidar por diversos motivos. Dentre eles, estão as dificuldades para a primeira gravidez, a vontade de ter outros filhos em uma nova relação e, ainda, as que estão com os filhos crescidos e sentem falta da presença de crianças em casa. Confira outras considerações da especialista a seguir:

 

Agência RBS – O que é levado em consideração pelas mulheres acima dos 50 anos que desejam ser mães?

Eleonora Bedin Pasqualotto – Do ponto de vista médico, o que levamos em consideração é a saúde da mulher, se ela é hipertensa, diabética ou se apresenta alguma outra doença que possa levar a um aumento do risco da gestação. Elas também têm que apresentar hábitos de vida saudáveis, não podem ser tabagistas e precisam fazer exercícios regularmente. Muito importante ressaltar que mesmo assim, a gestação nessa idade é considerada de alto risco, com maior probabilidade de apresentar hipertensão, diabetes, alterações da tireoide, atraso do crescimento fetal intrauterino, nascimento prematuro, além de outras doenças. Também precisamos lembrar que as gestações nessa idade estão mais sujeitas a terminarem em aborto, principalmente se forem espontâneas, sem uso de fertilização in vitro com óvulos de doadora. No caso das gestações que decorrem de tratamentos para engravidar que utiliza óvulos de doadoras, existe um risco bem menor de abortos e malformações dos bebês, mas os riscos de hipertensão e diabetes continuam.

Agência RBS – Neste caso, a mulher pode ser mãe independente?

Eleonora – Sim, cas"

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